sexta-feira, 26 de março de 2010

Milho Transgenico o comentário de uma especialista

Argumentos a favor:

- A CAP - Confederação dos Agricultores e Portugal apoia a realização de ensaios experimentais com milho geneticamente modificado. Justificam que a utilização da biotecnologia na actividade agrícola poderá constituir, à partida, uma boa oportunidade em termos produtivos e ambientais, diminuindo custos de produção, utilização de produtos fitofarmacêuticos e reduzindo a libertação de gases poluentes aquando da sua aplicação.

- A APOSOLO - Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo concorda com a realização de ensaios, considerando que a utilização de variedades tolerante a herbicidas, acarreta óbvias vantagens agronómicas e ambientais, uma vez que podem ser responsáveis pela diminuição das cargas poluentes de pesticidas e incentiva o agricultor a adoptar práticas culturais ambientalmente correctas. Consideram ainda que os ensaios realizados em território nacional permitem averiguar o nível de interesse que estas variedades podem ter para os agricultores.

Argumentos contra:

- ainda não há consenso científico sobre em que condições os campos de ensaios são completamente seguros para a agricultura e ambiente. Não sabemos se as medidas de segurança que são exigidas (em termos de distancia a outras propriedades agrícolas) são suficientes para evitar a transferência genética com outras variedades de milho convencional, dai que sou apologista do principio da precaução;

- os OGM comprometem a biodiversidade, quer a nível da fauna (organismos auxiliares das culturas, insectos, peixes, aves, etc) quer a nível da flora (podem colocar em risco variedades locais e regionais);

- o cultivo de milho resistente a herbicidas tem como consequência o aumento da quantidade de herbicidas totais aplicados nas culturas e nos solos agrícolas;

- dependendo do tipo de modificação genética que estiver em estudo podemos ter contaminação dos solos e dos cursos de água (como aconteceu com o milho Bt);

- é necessário acautelar a distância às linhas de água pois existe a possibilidade do pólen entrar na cadeia alimentar podendo trazer consequências para o ecossistema;

- não se conhecem as consequências para a apicultura e a consequente introdução no consumo humano;

Por ultimo, mas não menos importante, a introdução de sementes transgénicas alimentam o domínio das grandes empresas do sector (uma vez que estas sementes dão plantas estéreis, logo há a necessidade de o agricultor comprar todos os anos as sementes).

As condições em que os ensaios devem ser feitos:

Medidas a adoptar de forma a controlar o risco de disseminação no ambiente:

- as sementes serão transportadas para os locais dos ensaios, no próprio dia da sementeira, em sacos de papel fechados e etiquetados;

- será mantida uma distância de isolamento de 400 metros de qualquer outra cultura de milho não experimental e, adicionalmente, o local de ensaio será também rodeado por 12 linhas de bordadura com uma variedade convencional de igual ciclo vegetativo;

- todas as análises de milho serão feitas a partir de maçarocas inteiras e os grãos que não forem usados serão destruídos;

- não haverá sementeira de milho no terreno do ensaio, no ano seguinte;

- a matéria vegetal, assim como os grãos de milho não entrarão na cadeia alimentar humana ou animal, sendo destruídos no final do ensaio.

No caso dos ensaios serem aceites serão estas medidas efectivamente seguidas??

Para mais informações consulte o link:
http://stopogm.net/

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